Hoje partilho convosco, integralmente, um artigo do correio da manhã. Porquê?
Porque vivo em Coimbra, porque amo Coimbra, porque tenho filhas universitárias, porque conheço esta realidade.
Como é possível que, em 2018, em pleno seculo XXI, ainda estejamos nós, mulheres, sujeitas a este tipo de realidade? Uma realidade crua, dura e demasiado violenta.
Meninas que, na maior parte dos casos, vêm de pequenas localidades, completamente alheias ao que vão encontrar, sem indicações sobre como se protegerem. Podem dizer que, na atualidade, já conhecem todos os perigos mas, a realidade é demasiado brutal e muito mais violenta do que podem pensar.
Um estudo realizado pela UMAR Coimbra sobre a violência sexual em contexto académico revela que 94,1% das mulheres inquiridas já foram alvo de assédio sexual, 21,7% de coerção sexual e 12,3% reportaram já terem sido violadas.
Cerca de um terço das mulheres que responderam ao inquérito da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta referiram que já foram vítimas de 'stalking' (perseguição) e cerca de metade já tiveram contacto sexual não consentido, revela a nota de imprensa da organização enviada à agência Lusa.
Faz hoje 1 ano, no Dia Internacional da Mulher, decidi criar este blog com o intuito de partilhar as minhas inquietações e dificuldades quanto ao papel da mulher neste mundo. Coincidentemente, este foi um ano de grandes mudanças, revelações e campanhas que pretendem dar à Mulher o destaque e posição que ela merece. Gosto de pensar que coloco um grãozito de areia neste difícil processo e que as minhas palavras possam ter algum feedback na mentalidade de algumas pessoas. Seria muito feliz se soubesse que consegui, pelo menos, conquistar uma pessoa na sua forma de ver e sentir esta sociedade de criámos.
Para celebrar este ano de escrita e de conquista, hoje partilho convosco um extrato de um artigo publicado no “The Guardian”, com o título original We need a feminism for the 99%. That's why women will strike this year, também ele uma forma de celebrar o Dia Internacional da Mulher e de dar a conhecer ao mundo algumas das verdades escondidas numa sociedade predominantemente machista.
No ano passado, no dia 8 de março, nós, mulheres de todos os tipos, marchámos, parámos de trabalhar e tomámos as ruas em cinquenta países de todo o mundo. Nos Estados Unidos, manifestámo-nos, marchámos, deixamos a louça para os homens em todas as grandes cidades desse país e em incontáveis cidades menores. Nós interrompemos o funcionamento de três distritos escolares para provar ao mundo, mais uma vez, que enquanto sustentamos a sociedade nós também temos o poder de fechá-la.